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terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Le Monde: Civis pagam caro por tragédia na Síria


A solução militar vem avançando na Síria, lenta e inexoravelmente, às custas de centenas de vítimas a cada semana, há quase dois anos.

O regime havia imposto a opção pelas armas ao mandar metralhar os cortejos pacíficos que marcaram os primeiros meses do levante sírio. Essa decisão tática, se for possível assim chamar uma escolha trágica, hoje se volta contra ele.

Até dez meses atrás, suas tropas eram capazes de expulsar os combatentes rebeldes de cada parte das cidades ou do campo, onde estabeleciam seu controle há muito tempo. Não é mais o que acontece hoje. Já enxotado das regiões fronteiriças ao norte e a leste, e estagnado em Aleppo, Bashar Assad agora sofre oposição em Damasco, como mostram os combates em torno do aeroporto, onde seu irmão Bassel foi morto acidentalmente em 1994. Onde as luxuosas lojas de Duty Free de seu primo Rami Makhlouf revelavam os verdadeiros recursos de um clã predador.

As temíveis capacidades militares das quais o regime ainda dispõe lhe permitiam adiar uma queda que na verdade é inevitável. Agora elas despertam as mais profundas preocupações dos ocidentais. Ao contrário da Líbia, a Síria de fato se dotou de armas não convencionais.

Não se deve descartar nem que um governo em situação de desespero as use, nem que os combatentes jihadistas, atraídos pela degradação síria – como aconteceu no Afeganistão e no Iraque -, as tomem. Com as consequências que se pode imaginar. É essa ameaça, ainda muito imprecisa, que leva esses países a pronunciarem a palavra "intervenção", até então proibida, e a discuti-la dentro da Otan.

Como se os 40 mil mortos sírios, em sua maior parte civis, e os massacres inéditos na história do país não tivessem sido considerados suficientemente horríveis para aqueles que podiam tanto lamentar quanto se esconder atrás do bloqueio da ONU, devido aos vetos chineses e russos, ou da desorganização de uma oposição disparatada para não fazer nada. Não é exagero dizer que depois da França, há algumas semanas, ninguém teve pressa em reconhecer os novos responsáveis por essa oposição como únicos representantes legítimos do povo sírio.    

A complexíssima questão síria, as inúmeras divergências entre as comunidades desse país e as implicações regionais de uma mudança de regime, depois de quase meio século de baathismo progressivamente privatizado por uma dinastia, evidentemente são um grande desafio.

Mas o imobilismo e a política da espera dos grandes deixaram o território livre para países do Golfo mais motivados por considerações geopolíticas (enfraquecer Teerã, do qual Damasco é o principal aliado árabe) do que por uma repentina paixão revolucionária. A visão que o Qatar ou a Arábia Saudita podem ter da Síria depois dos Assad talvez não seja idêntica à dos sírios, os principais interessados. Os grandes só poderão culpar a si mesmos: ao deixarem para intervir no último momento, eles não estarão na melhor das posições para tentar impor suas visões.

3 comentários:

  1. Qdo o Assado ñ deu ouvidos as keixas do seu pvo, qdo o mesmo ñ criaou uma situação de guerra, com o apoio dos Hesbollah, dos Palestinos e dos Persas, ao dar um últimato aos judeuSS sobre Golan...eis o preço da acomodação....bem feito, vai ter de fugir e pedir asilo em país qlq...quem viver verá. Sds.

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  2. Michel, vi uma noticia que tinha a ver com os rebeldes sobre uma criança ou mais. N me lembro o que era (as traduções do ggogle sao mal feitas). Poderia dizer qual era a noticia?

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